domingo, 14 de junho de 2009

Crônica Slz



Marcianos Invadem a Terra


De tanto pensar de mais, resolvi parar um pouco pra relaxar, não quero dizer que sou um gênio, “ah ele pensou de mais, esse Einstein tupiniquim”, não é isso. Só quis parar um pouco para sentir a vida em sua plenitude, e olha que não tenho nem um amor de 12 anos, daqueles onde cartas voam pela janela e encontros na porta de casa, toda aquela baboseira água com açúcar. Resolvi tomar essa atitude só por não estar mais vendo as coisas como costumava ver na minha infância onde tudo era mais fácil, pense só você não precisa se preocupar com nada, o papai e a mamãe te dão do bom e do melhor e ainda te dão um Danone para suas questões existenciais, ali você é o rei da casa o tesouro da família. Tudo o que realmente me fez parar hoje de pensar foi que pensar dá muito trabalho, e você não encontra nenhuma resposta, veja só aqueles filósofos que estudamos no colégio, sempre em busca de uma coisa chamada “Felicidade”, o que nunca realmente acham , sendo que nunca souberam o que realmente procuravam afinal tantos porquês nunca acharam nenhum saber. Para que problematizar a vida? Porque buscar questionamentos em tudo? Fazendo estas perguntas já estou questionando as estruturas, dizem que o grande divisor entre homens e o resto dos animais é essa nefasta capacidade, de questionar, não quero aqui criticar anos de evolução, só não percebo beleza de em tudo procurar um por que. Quando uma família assiste a um filme, ali estão reunidos apenas para se divertirem, por isso se chama entretenimento, não é porque eles querem saber se em Matrix, o oráculo representa o clássico grego de Apolo ou se Neo assim como Sócrates procura as respostas apartir da própria mediocridade, ou ainda que a sua realidade possa ser uma grande farsa holográfica. Ali é apenas um simples e puro passa-tempo familiar, que em tempos de hipermodernidade são raras reuniões dessa magnitude. Raul Seixas na canção Só pra variar diz “Pena não ser burro... Não sofria tanto...” e em Ouro de Tolo “Saber que é humano/Ridículo, limitado/Que só usa dez por cento/De sua cabeça animal...”, mostrando o quanto esses tão poderosos seres humanos não passam de prepotentes que pensam que através de sua enorme capacidade mental de 10%, são superiores ao resto da vida, além disso, porque não parar um minuto de buscar perguntas e respostas, culpados ou inocentes, heróis ou vilões, os pobres e os burros não sofrem tanto, mesmo sem dinheiro ou sem inteligência acadêmica eles vivem felizes só com sua miséria que aqui se converte em riqueza. Resolvi para de pensar hoje não porque estava cansado de procurar respostas, mas sim porque as que haviam me dado de nada serviram. E a enorme vontade de alivio imediato encontrou abraço na eterna possibilidade de pureza, que concerteza não se encontra procurando, mas sentindo sua própria existência não de uma forma careta, mas encima da mesa cortando o pão.

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