sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

2ª Matéria A confirmação do sucesso



Balaiada Rock_Juventude Engajada




No começo é sempre assim um grupo de amigos cheios de idéias e ideais resolve pegar um espaço vazio na casa dos pais, geralmente uma garagem, enchem de caixas de ovos e começam a fazer um som pesado. Alguns destes grupos que poderiam se tornar futuras bandas termina aí mesmo, já outros que têm algum talento seguem em busca de mostrar sua arte para o mundo lá fora. Muitas bandas famosas como Nirvana e Legião Urbana começaram desta forma, em São Luís não é diferente, só que agora os jovens roqueiros ludovicenses resolveram juntar forças para defender e lutar por melhorias na cena a que intitulam Underground (Alternativa). Dessa vontade de melhorar seu espaço de atuação surgiu o Balaiada Rock, como símbolo de união entre o rock maranhense por meio de festivais e reuniões.

A Balaiada histórica foi um movimento revolucionário maranhense envolvendo as classes populares insatisfeitas com a exploração feita pelas classes dominadoras, por isso, nada melhor que esse símbolo de revolução para nomear este movimento jovem em busca de melhorias. ”Procurávamos um nome que representasse nossa insatisfação com a situação do rock no maranhão, e nada mais maranhense do que a Balaiada, a revolta dos insatisfeitos”, lembrou Oliver (Maurício Oliveira) vocalista da banda Bitch On Acid.

Apesar de ser um movimento em que os principais participantes são músicos ligados ao rock, engana-se quem pensa que ele para aí, quem fala sobre esse assunto é Ramirez vocalista da banda Página 57, umas das competentes bandas de São Luís com um cd já gravado e um a caminho. “O Balaiada é uma tentativa de dar um ‘empurrão’ à cena underground de São Luis em geral. Servindo como realce à arte produzida nesta cena”, comentou.

O rock produzido em São Luís há muito vêm sendo deixado de lado pelos patrocinadores de eventos culturais por simples preconceito. ”Às vezes o patrocinador em potencial não quer a marca vinculada ao rock, por pensar que é som de maluco”, comentou Ramirez. Sobre o mesmo assunto, Oliver teceu uma crítica aos comentários preconceituosos, “Rock não é som de doido, muito menos de maluco... Esse preconceito que existe se dá por causa de algumas ovelhas negras que acabam manchando o nome do rock”. Outro problema enfrentado pelos roqueiros maranhenses é em relação à divulgação, por se tratar de um movimento artístico alternativo este não recebe a devida atenção pelos meios de comunicação, apesar de alguns programas raros de rock nas rádios. ”Eu acho que em todo lugar, os jovens querem mais é escutar o que está tocando na rádio”, comentou Oliver.

O Balaiada rock constitui um movimento único na história desse estilo no Maranhão, pois ações de reunião das bandas serviram anteriormente apenas para realização de festivais de metal e outras empreitadas mais econômicas.”Cara, ninguém nunca fez nada de concreto em relação a movimentos em prol do rock... Eu tinha um fanzine, mas um fanzine não é um movimento... O Balaiada é algo concreto que está realmente acontecendo”, comentou Oliver.


Os jovens roqueiros se reúnem todos os sábados na Praça Gonçalves Dias, às 17 horas para discutirem as metas e os meios de consegui-las, sendo estas reuniões abertas ao público. ”Todos que estão envolvidos com o Balaiada vêm se empenhando para fazer algo, desde as bandas até as pessoas que nem tem banda, mas estão lá mostrando que alguma coisa tem que ser feita pelo rock em São Luís”,destacou Oliver.

Com apenas um mês de existência o movimento, já rende bons frutos para sua causa, já foram montadas algumas páginas na Internet, como uma comunidade no Orkut, um grupo de discussão no MSN e um perfil no Myspace para divulgação do material das bandas participantes. Outra importante conquista foi à contratação pela Secretária Municipal de Cultura de bandas de rock para se apresentar no Centro Histórico, durante período carnavalesco ao lado de outras grandes formas de arte maranhenses.

A futura capital nacional da cultura São Luís é palco e inspiração de várias formas de representações artísticas e com o rock tentando se organizar, os jovens mostram mais uma vez que são atores sociais fazendo de tudo para mostrar sua arte. ”Tem que ser algo divertido e para se fazer um bom trabalho é preciso ralar muito. Mas depois que você toca sua música e vê as pessoas cantando junto tudo é recompensado”, refletiu Ramirez.

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